As 5 Maiores Bandas da França

A cena metálica da França pode não ser excepcionalmente grande, mas é de qualidade indiscutível e cresce constantemente. Prova do atual desenvolvimento da música pesada pelos lados do Rio Reno é o Hellfest, grande festival que nos últimos anos passou a competir seriamente com o Wacken Open Air pelo posto de maior metalfest do mundo.

Embora o país seja celebrado como exportador de black metal, especialmente devido as famosas Lés Legion Noires e bandas do naipe de Anorexia Nervosa e Peste Noire, não é só de metal negro que vivem os inventores do croissant. A última grande revolução do estilo veio de lá, o blackgaze. Essa mistura louca de BM, shoegaze e post-rock aumenta sua relevância a cada dia, com mais e mais bandas surgindo, a grande maioria vindas da própria França. Entretanto, procurando com carinho não é difícil de achar representantes excelentes de qualquer sub-gênero do metal nesse país. Alguns exemplos vem logo abaixo.

Enjoy (:

1. Alcest

 

 Neige. Esse o nome da mente por trás do Alcest, o nome do cara que trouxe ao mundo a mais nova forma de se fazer metal. Evoluindo de um músico genérico de raw black metal para líder uma das mais revolucionárias bandas da década, esse homem consegue conjurar uma música de feeling absurdo, bela e nostálgica ao extremo. O Souvenirs D’Un Autre Monde, álbum que posto aqui, pode ser definido em apenas uma palavra: êxtase. Tido como a pedra-fundamental do tão falado blackgaze, as músicas desse clássico são capazes de tocar a alma de qualquer um, de maneiras diferentes e inusitadas. É impossível conceber todos os significados das composições, não importa quantas vezes você ouça-o. Cada vez que coloco-o para tocar, suas melodias parecem querer dizer algo diferente, dialogando com as emoções do ouvinte. É mágico.

Souvenirs D’Un Autre Monde

2. Gojira

Reflecting ourselves in the blood of all the beings we slay / Misunderstand each other, out of control we remain / There is a mystery, we’re facing a sight to behold / This is what we make of the world, we throw everything away!

Além do diferente, progressivo e grooveado thrash/death metal que fazem, o Gojira se destaca pela temática de suas letras. Todas elas retratam a preocupação da banda com a degradação da natureza. Grandes nomes como Max Cavalera e Randy Blythe já manifestaram uma grande admiração pelo grupo. Além disso, o vocalista/guitarrista Joe DuPlantier já tocou baixo no Cavalera Conspiracy. Do mesmo modo que o Alcest, a banda é considerada um dos pedestais da renovação do metal na última década.

Sinceramente, estou em dúvida quanto a qual álbum deles indicar. Todos são hipnóticos, pesados e surpreendentes, daqueles que prendem sua atenção e que tem grandes chances de ficarem no repeat por algumas horas. Deixo aqui o From Mars To Sirius, o mais aclamado por crítica e fãs.

From Mars to Sirius

3. Deathspell Omega

 (review por GuilhermeLebowski)

Representando o lado mais purista do Black Metal francês, temos o Deathspell Omega, do condado de Poitiers. A banda é cercada de mistérios, e tratam de sua música com tom extremamente sério. Apesar de costumarem tocar algo mais voltado para o Black Metal ortodoxo e clássico, influenciado pelas antigas bandas norueguesas, eles passaram a partir do seu terceiro disco, o “Si Monumentum Requires, Circumspice”, de 2004, a adicionar influências mais progressivas e até mesmo psicodélicas nas composições.

O disco que destaco destes caras é exatamente o “Si Monumentum Requires, Circumspice”, onde a mudança da banda começou. As músicas deste álbum apresentam uma maturidade, criatividade e técnica musical raramente encontrado em outras hordas de metal negro. Mas é um engano pensar que, apesar disso, a agressividade e o lado sombrio da banda se foi, o que aconteceu é exatamente o contrário, esses aspectos se tornaram ainda mais evidentes e são executados com maestria.

Si Monumentum Requires, Circumspice

 4. Dagoba

 Apesar de esta ser uma banda bastante conhecida, devo admitir que não manjo muito do trabalho deles. Apesar disso, sei que fazem um thrash/death metal cheio de groove e bastante competente. Ouvi apenas um álbum dos caras, o What Hell is All About de 2006, e fiquei positivamente surpreso. Contam com um instrumental que remete ao Pantera do Far Beyond Driven, ao Machine Head e ao Fear Factory. Sintetizadores são o diferencial do som do grupo. Realmente vale a pena ouvir.

What Hell Is All About

5. Kronos

 
Apesar de pouco conhecido, o Kronos é competentíssimo no que faz. Seu brutal death metal, que alguns chamam de épico, é dos melhores que já ouvi. Há melodia e agressividade em dosagens perfeitas, há quebradas arrepiantes e riffs que dão vontade de se atirar na parede de tão fantásticos. Recomendar um álbum só é pecado.

Por Rodrigo Menegat