Top 10 – Melhores discos de 2011

Leitores e leitoras que ainda visitam o Scream Blog Gore, queria agradecer a todos e pedir desculpas pela enorme ausência, não só minha como de todos os redatores do Blog (Acho que só o Rodrigo postou recentemente). A verdade é que existem motivos para isso, mas mesmo assim, pretendo dar uma geral e voltar com tudo o mais rápido possível. Mas sem mais delongas, já para começar bem os posts de 2012, faremos uma retrospectiva do que aconteceu de melhor no Metal durante o ano passado, o nosso já tradicional top 10 dos melhores discos do ano. Que este ano trará uma mudança, serão pelo menos dois tops diferentes, um de cada redator. Começando, abaixo, pelo meu. Lembrando apenas que a lista é baseada no gosto pessoal de cada redator, que escolhe e apenas resenha seus discos preferidos.

10º – The Great Execution (Krisiun)




Logo de cara um representante brasileiro na nossa lista. O Krisiun já é um nome respeitado mundialmente há tempos, sempre mantendo uma média de boa aceitação em cada novo lançamento. Acontece que em “The Great Execution” eles conseguiram se destacar mais uma vez, pois mesmo após tantos discos, resolveram arriscar uma mudança, não muito brusca, mas perceptível em seu Brutal Death Metal característico. Os blast beats intermináveis deram lugar a uma cozinha mais variada e os riffs ganharam mais enfoque, com influências de clássicos do Heavy e Thrash Metal. Um álbum ainda típico do Krisiun, mas com um bem vindo novo ar de vitalidade. Memorável, mesmo em uma discografia tão vasta.

9º – Necropolis Transparent (Lock Up)




O tão esperado retorno desta banda clássica de Grindcore. Mesmo sem Jesse Pintado na guitarra e sem Peter Tägtgren nos vocais, o Lock Up não ficou devendo nada para os fãs em 2011. “Necropolis Transparent” é um disco cheio de tudo que um bom Death/Grind pede. São riffs e mais riffs sendo despejados ao ouvinte, acompanhados de uma bateria que praticamente não diminuí o ritmo em momento algum. O vocalista Tomas Lindberg com seus berros roucos, muito característicos, combinam muito bem com todo o instrumental, completando a ótima experiência que é ouvir um disco que consegue ser tão variado e rico, e ao mesmo tempo, tão direto e pesado como este.

8º – Opus Mortis VIII (Vomitory)




Representando o Death Metal sueco, movimento que todos de nosso blog têm muita estima, temos ninguém menos que o Vomitory. A banda merece respeito por sempre manter a qualidade em cada lançamento, e nunca causou grande desapontamento aos fãs. Apesar da fórmula bem sucedida, onde adicionaram mais velocidade e peso, nos dois discos anteriores, em “Opus Mortis VIII” os suecos resolveram colocar um pouco o pé no freio, apostando em composições com passagens mais cadenciadas e cheias de feeling. A temática de uma visão melancólica da guerra (que é evidente até na capa) é transmitida com sucesso pelo instrumental, que recebeu doses cavalares de influências de Slayer. Outro tiro certeiro do Vomitory, que dá mais uma aula de como ser criativo mesmo após tantos anos.

7º – End Time (Brutal Truth)




Mais um clássico do Grindcore figurando a nossa lista. Com “End Time” nós podemos ouvir um Brutal Truth ainda mais ousado, arriscando em faixas experimentais, algumas cadenciadas, outras mais longas. Apesar de um tanto quanto mal recebido, este lançamento ainda conserva o instrumental caótico e extremamente barulhento pelo qual a banda é conhecida, apesar das composições virem com uma abordagem diferente. A bateria e o vocal continuam com a mesma agressividade de sempre, e o baixo distorcido do Dan Lilker ainda tem a mesma pegada. Mas a construção das músicas é pouco ortodoxa e a guitarra parece ter recebido uma atenção extra na hora da experimentação, com riffs variados de inúmeras formas, sempre com muita destreza. Apesar de tanta inovação, o único erro notável é a última faixa, que tem mais de 15 minutos, e soa um tanto quanto sem sentido ali.

6º – Depleted Ammunition (Goatpenis)



 
Black/Death Metal old school, brutal e pesadíssimo. É assim que se descreve da melhor forma o som do Goatpenis. É impressionante como essa banda ainda consegue compor músicas tão calcadas no Metal Extremo clássico nos dias de hoje, sem soar como uma mera cópia do que já foi feito antes. É verdade que este não é um nome novo na cena, e que já tem vinte anos de estrada, mas ainda assim é incrível a maneira que eles conservaram seu som ao longo do tempo, sempre melhorando e sem perder o foco. O resultado disto tudo, é este lançamento invejável, que consegue englobar o que há de mais caótico e agressivo no Black e Death Metal. E para completar, a temática e o clima de guerra pairam durante todas as faixas. Desde a notável introdução de sintetizador da primeira faixa, até os blast beats da “Combustion Light Gas Gun”, última faixa do disco.

5º – The Devil’s Fractal (Avichi)



Segundo disco dessa ótima one-man band, onde existe uma interessante junção de veias mais conservadoras de Black Metal, com experimentalismos e músicas mais progressivas neste mesmo gênero. “The Devil’s Fractal” é rico em detalhes e é notoriamente um trabalho de muito empenho. A guitarra tem um timbre que remete aos discos recentes do Watain, e as composições tem uma estrutura que lembra Deathspell Omega. E, assim como estes gigantes do Metal Negro atual, o Avichi é dono de um som sombrio e viajante, com passagens lentas e dedilhadas. Além de tudo, a bateria tem momentos incríveis, apesar do foco maior durante todo o álbum seja o trabalho da guitarra. Um lançamento forte, de uma tendência promissora no Black Metal.

4º – Cursed (Rotten Sound)



Provavelmente o disco mais pesado de toda a nossa lista. “Cursed” é incansável, com muita distorção e blast beats, músicas curtas e incrivelmente diretas (até nos títulos), e que mesmo nas passagens mais cadenciadas, consegue ter uma agressividade diferenciada. O vocal tem uma grande presença com o instrumental, completando perfeitamente o som, e tendo uma importância enorme sobre o disco como um todo. O grande destaque deste lançamento é como as músicas praticamente não dão um segundo de fôlego ao ouvinte, e a podreira quase que não freia durante todos os 27 minutos de duração do álbum. 27 minutos espalhados em 16 faixas, que tem influências fortes do que há de mais extremo no Metal e no Hardcore, mistura feita há tempos, mas que poucas vezes resultou em um trabalho tão marcante. Rotten Sound, mais uma vez, honrando o seu nome.

3º – Conjure and Command (Toxic Holocaust)



Após três discos bem sucedidos, o Toxic Holocaust volta com um novo álbum, que se diferencia do seu antecessor “An Overdose Of Death”, por abandonar as influências de Punk e Crust Punk e mergulhar ainda mais no mundo do Thrash/Black Metal old school. As influências de clássicos dos primórdios do Metal Extremo são ainda mais gritantes. E, apesar do som ser bastante “retro”, é feito com muita qualidade e competência na composição dos riffs e na melodia dos vocais, onde Joel Grind mostrou evolução. Os refrões são grudentos e viciantes e, todas as faixas são empolgantes, tornando difícil destacar uma como melhor. Os solos também são dignos de comentário, apesar de curtos, funcionam muito bem nas músicas, sempre enriquecendo as composições. No meio de tantos revivals entediantes, este disco é um destaque positivo muito bem vindo, com uma produção bem medida, e composições coerentes, que te surpreendem já na primeira ouvida.

2º – Hospital Carnage (Haemorrhage)



Medalha de prata para o Haemorrhage, que lançou um clássico, viciante como poucos discos de Goregrind na história. Com um som ligeiramente mais “grooveado”, este álbum ainda contém toda a roupagem usual da banda, e com qualidade elevada. Incrivelmente inteligentes em sua simplicidade, os riffs são um show a parte, tão competentes que mais parecem um exemplo a ser seguido por qualquer guitarrista que queira fazer algum música neste gênero. Apesar de riffs tão bons, o som é muito equilibrado, dotado de uma cozinha também com muita presença e pegada, sendo também indispensável para a construção do disco. Acima de tudo, o vocal também é extremamente funcional, e inimaginável em outra banda. Quando se consegue fazer músicas tão memoráveis com tanta simplicidade, é sinal de criatividade e talento, e “Hospital Carnage” é isso: Criatividade e talento para compor Goregrind.

1º – Abzu (Absu)



Apesar do título pouco criativo (ainda mais pelo fato do disco anterior se chamar “Absu”) este é sem dúvidas um lançamento que merece um destaque a mais. É um retorno triunfal do bom e velho Absu, fazendo o som que sabe fazer melhor, menos progressivo, com ânimo renovado, e criatividade mais acesa do que nunca. É ótimo ouvir novamente aquela sonoridade característica da banda, cheia de um ar místico, ainda que seja um Black Metal com influências de Thrash.
O que torna este disco um clássico, e o medalhista de ouro desta lista, é o fato de trazer tudo que era esperado, e ainda superar qualquer expectativa. A parte de produção e timbragem é perfeita, e nos dá um instrumental muito bem composto, repleto de boas idéias e riquíssimo em detalhes. A bateria é sempre o destaque na primeira ouvida, Proscriptor McGovern prova ser um dos melhores bateristas do Black Metal na atualidade. Mas os riffs também não ficam atrás, por conseguirem dar tantas impressões diferentes simultaneamente. São pesados ao mesmo tempo que bem executados e técnicos, além de terem um senso de feeling muito forte. A interpretação que o vocal faz dos instrumentos é outra qualidade da banda, e que é notório neste disco. E para fechar, a montagem das faixas é perfeita, após as cinco primeiras, que são mais diretas, tudo termina com um épico de 14 minutos, encerrando este clássico da maneira mais correta possível. Correto também é dizer que este é um lançamento grandioso, digno desta posição.


Por Guilherme Nogueira
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