Top 10 – Os melhores de 2012

Mais um ano se passou. O mundo não acabou, o Corinthians foi campeão mundial, o Oscar Niemeyer nos deixou e, após essa breve retrospectiva, é hora do tradicional (já é o nosso quarto ano fazendo isso!) top 10 dos melhores discos do ano. Vamos direto ao ponto.

10º – The Grotesquery – The Facts And Terrifying Testament Of Manson Hamilton



Todos sabemos que o Death Metal tem dois grandes berços, que sempre nos brindaram com grande parte dos maiores nomes do gênero. A Suécia e a Flórida. Bem, o The Grotesquery surgiu da reunião de rostos já antigos, ainda que não muito conhecidos, na cena destes dois lugares. O resultado é o esperado, uma mistura sólida do que é feito nas duas localidades. Uma porradaria sem fim, por quem sabe o que está fazendo.

9º – Hooded Menace – Effigies Of Evil



Esses finlandeses continuam com todo o fôlego neste terceiro álbum de estúdio, com o melhor que o Death/Doom Metal pode oferecer. Os riffs se arrastam de tão lentos, ora coexistindo com passagens melodiosas. Mas o peso é o foco do disco. Guitarras muito graves e um gutural carregado e presente. Simplesmente uma obra prima moderna do gênero.

8º – Liberteer – Beter To Die On Your Feet Than Live On Your Knees



Já foi postado e resenhado com mais detalhes aqui no blog, pelo Rodrigo. Logo, não me resta muito o que falar. A maior surpresa de 2012 e também o melhor debut. O Liberteer surpreendeu muita gente com seu grindcore libertário, com toques folk, músicas com cara de hinos, ainda que conservando todo o peso característico do gênero. Uma idéia genial e que funcionou incrivelmente bem.

7º – Graveyard – Lights Out


Fazer rock and roll com cara de anos setenta está na moda. O Graveyard é um dos maiores nomes desse revival e, sinceramente, é difícil imaginar que exista banda mais competente que eles nesse meio. Neste terceiro álbum de estúdio os suecos mesclam músicas curtas e diretas com baladas setentistas maravilhosas. Impossível eu não destacar a soturna, crescente e emocionante “20/20 Tunnel Vision”, que fecha o disco com chave de ouro.

6º – Unleashed – Odalheim

 
Os suecos do Unleashed são da velha guarda e adeptos ultra fiéis do Death Metal. Nunca abandonaram o gênero, mesmo após mais de duas décadas de história. Apesar disso, durante os anos 2000, poucos de seus trabalhos marcaram. Mas este “Odalheim” veio para acabar com isso. Longe de ser mediano,o disco está cheio de músicas marcantes. Uma pitada sutil de Black Metal foi introduzida, junto com uma criatividade revigorada que nos brindam com faixas de muita personalidade, todas com temáticas de batalhas. Épico ao mesmo tempo em que é uma pedrada na cara.

5º – Asphyx – Deathhammer 


Esse ano foi do Death Metal. Asphyx é outro nome antigo e respeitadíssimo nesta cena e que lançou um trabalho marcante, que se destaca mesmo no meio de uma discografia tão cheia de clássicos. Neste disco eles pisaram no acelerador e mostraram que também são mestres em palhetadas rápidas e músicas mais agressivas. Mas as faixas lentas, marca registrada da banda, continuam sendo exemplares. Com timbres e distorções que muitos tentam fazer, mas poucos conseguem, e um gutural que se encaixa com tudo, “Deathhammer” é uma verdadeira aula de como se fazer Death Metal, pesado e reto, sem precisar apelar para blast beats intermináveis.

4º – Napalm Death – Utilitarian 


Agressivo, decadente, absurdamente pesado, berrado e mais quantos adjetivos do tipo você quiser. “Utilitarian” é um verdadeiro caos sonoro. Sempre em evolução, o Napalm Death lançou um disco de Grindcore maduro, ainda que seja uma barulheira desenfreada. São blast beats bem colocados, riffs incríveis e o gutural do Barney continua sendo absurdo. A cota de experimentalismo fica por conta da faixa “Everyday Pox” que tem até um Saxofone, mas, claro, todo noiseado. No mais, é um disco de grindcore atual, bem executado, que sabe o que quer, e com a competência ímpar do Napalm.

3º – Alcest – Les Voyages De L’Âme 


Da cota não extrema da lista. Também já comentado longamente pelo Rodrigo aqui no blog (leia aqui). Então, me resta falar brevemente. O Alcest continuou a sua evolução, sem se repetir, ainda que sem abandonar sua identidade única, que os fez chegar aonde estão. É um álbum maduro, com uma produção bastante cheia e caprichada, ainda mais comparada aos discos anteriores. Continua-se a mescla de vocais limpos com esporádicos guturais. E longas partes de teclados foram introduzidas. Em suma, outra obra de genialidade, única, que só o Neige sabe fazer.

2º – Black Breath – Sentenced To Life
 


O debut “Heavy Breathing” já foi ótimo. Mas este “Sentenced to Life” é espetacular. Uma mistura de Death/Thrash Metal, com uma pegada meio Crust e Hardcore nunca que poderia ficar ruim. E não é daquelas misturas forçadas, o resultado é um som muito natural. A cozinha da banda é ótima, a bateria é incansável. Mas o segredo está definitivamente nos riffs. Muito diretos e incrivelmente bons em sua simplicidade. As músicas se tornam um verdadeiro chute no peito… Inegavelmente empolgante.

1º – Converge – All We Love We Leave Behind


Aquele disco que é bom do título até a produção. Medalha de ouro merecida para o Converge, que continua trazendo o que pode haver de melhor, de mais caótico e cheio de ódio na música mundial. É aquela sonoridade única e inesquecível que só esses Americanos possuem, com riffs inusitados e uma bateria insana de tão desenfreada. Bannon continua com os berros em dia, e as letras ainda são a beleza em meio a tanto caos musical. “Aimless Arrow” e “Trespasses” abrem bem o disco e compilam tudo que ele é. Enquanto a faixa título fica como a mais marcante e um hino imediato. Chega a ser difícil destacar algum outro ponto, sendo que o forte é justamente o equilibro de qualidade em todos os aspectos, em meio à aparente desordem que o Converge apresenta. Indefectível.

Por Guilherme Nogueira
Top 10 – Os melhores de 2012 Top 10 – Os melhores de 2012 Reviewed by Alexandre on 16:30 Rating: 5

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