Iron Maiden – The Final Frontier

O Guilherme que me desculpe, mas vou roubar o centésimo post do blog. Ele pode colocar o Sentenced dele no 101°, mas o 100° vai ser do MEU IRON MAIDEN (L), rs.




Enfim, The Final Frontier vazou 7 dias antes do lançamento oficial.




É um álbum diferente. Se não é uma obra prima, é gostoso de ouvir, pecando somente pelo excesso de intros longas. Diria que é um dos melhores lançamentos do ano tranquilamente, mas isso pode ser consequência do meu xiitismo assumido.

Muitas músicas longas, acho que no geral é um álbum mais progressivo que o anterior, e já dá pra perceber isso na primeira faixa, Satellite 15… The Final Frontier que tem uma intro de mais de 4 minutos. Pela primeira vez o Iron abriu um álbum com uma música mais cadenciada, nada de faixa rápida e direta do tipo Be Quick or Be Dead. Depois desse começo meio chato, que supostamente serve pra dar uma atmosfera espacial, ela vem com um riff legal, com alguma coisa de hard rock. Pra falar bem a verdade, me lembrou AC/DC.

El Dorado já tinha sido lançada pra download antes, então vocês já devem ter ouvido. Novamente há um riff principal meio hard rock, que novamente lembra AC/DC, haha. A curta intro, por sua vez, me lembrou Hit The Lights do Metallica. Refrão grudento e interpretação magistral da letra por Bruce Dickinson. A frieza, com direito a risadinha cínica, que ele coloca nos versos “so gone is the glory/and gone is the gold” dá arrepios.

Terceira faixa, Mother of Mercy: música carregada com aquela mesma atmosfera lúgubre do A Matter of Life and Death. Soldados, guerra, morte, questionamentos, pedidos de perdão. Depois da intro leve, Nicko McBrain ergue uma parede sonora esmurrando as peles, e surge aquele riff cavalgado característico do Iron Maiden, conduzido com maestria pelo baixo de Steve Harris.

Depois, Coming Home, uma balada parecida com Out Of The Shadows, mas muito melhor. Alguma coisa nela me lembrou Tears of The Dragon, da carreira solo do Bruce Dickinson. Provavelmente foi o refrão e a performance vocal, que são realmente parecidos nas duas músicas.

Agora, uma faixa que me surpreendeu. The Alchemist podia muito bem estar no Powerslave, logo ali entre The Duelist e Back In The Village. Totalmente anos 80, com a mesma energia, o mesmo feeling, a mesma pegada, mas com uma produção mais atual, que deixa o som menos rústico. Estranhei esse detalhe no começo, mas logo me acostumei. Esse é o bom e velho Iron Maiden old school, sonho que voltem a lançar trabalhos inteiros com músicas nessa linha.

Depois disso, vem a parte mais progressiva do álbum. Praticamente todas as músicas a partir daqui tem mais de 8 minutos, a exceção de Starblind, que tem “só” 7:48, haha.

Isle of Avalon já me pegou pelo título, pois gosto muito daqueles contos do Rei Arthur. Pra quem não sabe, Avalon é a ilha para qual Arthur foi levado após ser ferido mortalmente em batalha e onde, dizem, espera até hoje para retornar e reconduzir a Inglaterra a sua glória anterior. Épico, não? Well, vamos ao que interessa. A música começa com uma intro longa e envolvente, para logo em seguida despejar riffs cavalgados, solos, quebradas e mudanças de andamento bem ao estilo AMOLAD. Se você gosta dessa fase atual da banda vai amar a música, fácilmente uma das melhores nesse estilo. Se não engole o último álbum de jeito nenhum, não vai ser com esse som que vai se converter.

Starblind por sua vez, apesar de seguir a mesma linha, é chata. Fiquei fortemente tentado a passar para a próxima antes de ouví-la por inteiro. Disparadamente a pior música do álbum, na qual só se salva o refrão, e olhe lá.

The Talisman começa com um dedilhado, e novamente traz aquela atmosfera de guerra, luto e pesar. A intro imediatamente remete à The Legacy. Segue aquele mesmo violão sombrio, Bruce Dickinson usando sua voz mais melancólica, e… BOOM! Depois de uma explosão repentina de peso surge a música, que fica na média das anteriores até lá pelos 5:30 minutos, quando entram solos espetaculares e passagens viajantes, sem perder o embalo em momento algum. Uma mistura das faixas mais rápidas do Dance of Death e do Brave New World com esse metal progressivo que eles vem fazendo ultimamente.

A próxima faixa, The Man Who Would Be King, começa com outra introdução calma. O álbum seria muito melhor se tirassem metade delas, realmente. O que se segue depois é outra canção AMOLADiana, com o diferencial de que, um pouco depois dos 4 minutos, arranjos dão um feeling espacial muito legal. Depois disso, um solinho feliz, animado, que destoa do resto da música, introduz uma mudança de andamento, que se torna mais rápido e fica assim até quase o final. Boa faixa, mas nada que me faça dizer “OH, DESTRUIDOR!”

Finalmente, chegamos a música que mais me chamou a atenção antes de ouvir, tanto pelo nome quanto pela duração. Esses dois detalhes me fizeram criar expectativas de que When The Wind Blows seria um épico fantástico, no mínimo ao nível de For The Greater Good of God. Anh… apesar de não ter aquele feeling de uma Alexander The Great, de uma Paschendale, já que claramente tem um direcionamento diferente, eu não me decepcionei. Lembrei vagamente de algumas passagens da fase Blaze, especialmente do Virtual XI, mas todos para quem eu disse isso me chamaram de louco, então… De todo modo, ótima música.

Resumidamente, eu gostei. As melhores faixas são, assim, de primeira ouvida, El Dorado, Isle ov Avalon, Mother Mercy, When The Wild Wind Blows, e, especialmente, The Alchemist.

Não é nada que vá mudar o mundo da música, é só um bom álbum de heavy metal, ainda mais para quem entende e aceita o novo direcionamento musical do Iron.

Minhas primeiras impressões foram essas, talvez depois de algum tempo eu mude radicalmente de opinião… Ou não, haha! De todo modo, aproveitem o download, ouçam e tirem suas conclusões.

Estou louco para que chegue logo dia 16/08, para que eu possa colocá-lo no lugar já reservado da minha coleção.

Por Rodrigo Menegat
Iron Maiden – The Final Frontier Iron Maiden – The Final Frontier Reviewed by Alexandre on 12:14 Rating: 5

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