Sólstafir - Ótta (2014)

Uma das bandas que mais tem crescido e mostrado seu potencial ao público na última década acaba de lançar seu quinto álbum de estúdio. Ótta, dos islandeses do Sólstafir, é mais um marco na carreira dos músicos e avança numa nova sonoridade, distinta dos trabalhos anteriores mas sem deixar o passado de lado.

Além de Black, Viking e Sludge Metal, os caras já haviam mostrado uma inclinação para a psicodelia no disco bônus de Svantir Sandar, lançado em 2011. Três anos depois, temos uma nova produção, quase totalmente voltada para o Progressive Metal, com toques variados e suaves das mais diversas influências da carreira. As músicas tendem a ser longas, totalizando quase uma hora ao longo de oito faixas belamente compostas e escritas. Os vocais continuam como no último disco, leves, sem grande apelo mas com altas doses de interpretação, criando uma atmosfera aconchegante, reflexiva e um tanto lisérgica.

Ótta, faixa-título e música de trabalho, é o grande destaque. O instrumental é suave, e nos passa a sensação de viajar em uma longa estrada reta, sem tráfego, sob sol forte. O horizonte se funde com o asfalto e temos a impressão de que ali há um lugar melhor, seja ele o que ou onde for. A edição limitada conta com mais três músicas e 20 minutos compostos de duas faixas bônus e um remix da própria Ótta.

O instrumental arrastado tem um pé no Köld e outro no Svartir Sandar, as letras mantém a linha mais recente do grupo, que trata de temas pessoais, tornando um disco bastante agradável de se ouvir, seja calmamente no sofá, preso no trânsito da cidade ou em uma viagem qualquer. Mantendo a tradição, a banda conseguiu produzir mais um ótimo disco.

Nota: 10

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Por Alexandre Romansine