Destaques de 2015...até agora

  VOLTAMOS! Após um longo inverno, o SBG vai ressurgindo das cinzas! E minha volta é resenhando cinco álbuns lançados nesse estranho ano de 2015.

Lamb of God – VII: Sturm und Drang

  O Lamb of God sempre foi uma das bandas contemporâneas mais respeitadas da cena do Metal, principalmente por contar com excelentes álbuns, como Wrath. No entanto, em 2012, o vocalista Randy Blythe foi acusado pela polícia da República Tcheca pela morte de um fã que o músico teria intencionalmente empurrado de cima do palco. O jovem de 19 anos bateu a cabeça e morreu devido aos ferimentos. O vocalista acabou preso em Praga, onde escreveu boa parte das letras do novo disco.

  Apesar de ter passado por todos esses problemas durante a gravação, notamos logo na primeira faixa, “Still Echoes”, que a banda continua pesada e em ótima forma. A porradaria continua em alto nível com “Erase This” e “512”, faixa cuja letra trata do encarceramento de Randy. Logo em seguida vem “Embers”, que conta com excelente participação de Chino Moreno, do Deftones

  A partir de então, o álbum oscila entre faixas mais maduras e bem trabalhadas como “Torches” e “Wine and Piss” e faixas mais preocupadas com peso, velocidade e caos como “Delusion Pandemic” e “Footprints”.

  O ponto alto do trabalho acontece em “Overlord”, em que Randy deixa um pouco o gutural e canta limpo. Alternando passagens melancólicas e momentos mais pesados, essa faixa demonstra a vontade da banda de experimentar coisas novas.

   Apesar de todos os problemas jurídicos e financeiros, em VII: Sturm und Drang, o Lamb of God nos presenteia com um ótimo álbum que demonstra o amadurecimento da banda com o passar dos anos.

Nota: 9/10


An Autumn for Crippled Children – The Long Goodbye

  Esse lançamento já foi analisado aqui, mas merece destaque na lista.  AAFCC é um dos melhores exemplos do subgênero Blackgaze - a mistura do Black Metal com Shoegaze. O som do grupo cria uma atmosfera densa e inquietante, e ao mesmo tempo, bela e melancólica.  Canções como “The Long Goodbye” e “When Night Leaves Again” mantém o constante clima sufocante e caótico, enquanto “Converging Toward the Lights”, “Only Skin” e “Endless Skies” dão uma trégua ao caos com alguns arranjos eletrônicos.

  As comparações com bandas como Deafheaven e Alcest são inevitáveis, mas AAFCC consegue se destacar pela criatividade e qualidade de seu Post-Black-Gaze.

Nota: 8/10
Highlights: Endless Skies, Only Skin


Between the Buried and Me – Coma Ecliptic

  Uma das bandas mais criativas do Metal, Between the Buried and Me, que pode ser considerado um “Yes” ou “King Crimson” mais moderno e pesado, nos concede um ótimo álbum. Em “Coma Ecliptic”, o grupo faz uma espécie de Rock Ópera-Metalcore que conta a historia de um homem em coma que revive seu passado. A banda mantém a qualidade do caótico Math/Metalcore com passagens acústicas, pianos, elementos eletrônicos, enquanto o vocalista Tommy Rogers alterna guturais, vocais limpos e até vocais sintetizados.

  Com belos pianos e vocal limpo, “Node” é um ótimo prelúdio para o que viria em seguida. “The Coma Machine” já abre com riffs de guitarra, melodias no piano e um excelente trabalho na bateria. O decorrer da música é o velho BTBAM que conhecemos, com um Metalcore complexo, rápido, pesado e caótico. A banda mantém a sonoridade e a qualidade em “Dim Ignition” e “Famine Wolf”. Essa última conta com um lindo solo acompanhado de um baixo fretless.

  “King Redeem/Queen Serene” dá uma trégua no caos com uma introdução acústica muito bem acompanhada por um suave pianinho. Porém, não demora muito para que o pau volte a quebrar no decorrer da faixa.   A qualidade continua no decorrer do álbum, que tem como destaques “Turn on Darkness”, que segue a premissa de introdução acústica, Prog-Metalcore e um ótimo solo de guitarra e “Memory Place”.

Nota: 9/10
Highlights: The Coma Mahchine, King Redeem/QueenSerene


Exgenesis – Aphotic Veil

  Baita descoberta que fiz esses tempos, Exgenesis é fruto da união de duas pessoas: o sueco guitarrista/baixista Jari Lindholm (Slumber/Enshine) e o vocalista colombiano Alejandro Lotero. À primeira vista, Aphotic Veil parece ser apenas um álbum de Death Metal Melódico com pitadas de Doom de bandas como October Tide e Daylight Dies.

  No entanto, o desempenho dos dois membros impressiona: Jari faz um ótimo trabalho com solos e passagens melódicas em meio aos pesados riffs, enquanto o gutural de Alejandro ajuda a tornar as músicas mais brutais e obscuras, sempre casando com as mudanças de Doom para Melodic Death. Todas as músicas, inclusive o instrumental “Aphotic”, são ótimos exemplos dessa coesa mistura de brutalidade e melodia.

  Apesar de não parecer muito original, o álbum é uma ótima pedida para qualquer fã de Melodic Death e Doom Metal.

 Nota: 8/10
Highlight: Noctua


Paradise Lost – The Plague Within

  Paradise Lost é uma das várias bandas que estavam na lista das que eu precisava ouvir. Após escutar The Plague Within, o primeiro pensamento que veio à minha cabeça foi: POR QUE DIABOS EU DEMOREI TANTO PARA OUVIR?

  O Paradise Lost é considerado uma das bandas mais importantes e influentes de gêneros como Gothic Metal e Death/Doom Metal e, em seu novo lançamento, o grupo mostra o porquê desse título.

  O álbum já abre com o fantástico riff de “No Hope in Sight” enquanto Nick Holmes recita uma letra triste e depressiva, alternando entre um vocal limpo e gutural. “Terminal”, a faixa que vem longo em seguida, mantém a mesma pegada direta e pesada, com muito mais destaque para a sonoridade Death/Doom.

   Músicas como “Eternity of Lies” mostram o lado mais Gothic Metal da banda, ao mesclar riffs pesados com sons suaves de teclados e violinos. E que lindos backing vocals tem essa canção! “Punishment Through Time” traz mais uma vez um Death/Doom arrastado e direto, assim como a faixa seguinte, “Beneath Broken Earth”, que deu origem ao videoclipe de divulgação do álbum. O alto nível continua até o fim do disco, em que se destacam as faixas “Sacrifice the Flame” e “Cry Out”.

  The Plague Within é um álbum que impressiona pela qualidade das letras, pela mistura de Death/Doom com Gothic Metal e pelo ótimo desempenho do vocalista Nick Holmes. Infelizmente, não tenho base para comparar com trabalhos antigos do grupo, porém, com certeza irei atrás do resto da Discografia da banda após ouvir o petardo.

Nota: 10/10

Highlights: No Hope in Sight, Eternity of Lies e Beneath Broken Earth

Por Eduardo Soriano
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